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Síndrome de Down

Este texto é parte do capítulo Crenças Parentais Sobre a Síndrome de Down, publicado no livro Produções em Terapia Cognitivo-Comportamental, editado pela Casa do Psicólogo

por Aline Melo de Aguiar

A síndrome de Down (SD) é atribuída a uma alteração genética de causa desconhecida que resulta na formação de um cromossomo adicional aos 46 que normalmente se formam. Não há exames que determinem, no nascimento, como a pessoa vai se desenvolver, mas sabe-se que o encaminhamento, o quanto antes, a profissionais habilitados para um programa de estimulação precoce é de suma importância para o melhor desenvolvimento da criança, seja cognitivo, social e/ou emocional (Kozma, 2007; Travassos-Rodriguez, 2007). De acordo com Kozma (2007), com os avanços médicos, tecnológicos e educacionais, as pessoas com SD podem ter suas expectativas tanto de vida, quanto de qualidade de vida, aumentadas.

Segundo a literatura (Cunningham, 2008; Pueschel, 2007), as pessoas com SD têm deficiência intelectual, em geral aprendem mais lentamente do que as outras pessoas e apresentam dificuldades com raciocínio complexo e juízo crítico. Entretanto, o grau de deficiência intelectual varia e não incapacita para o aprendizado, mas torna-as mais lentas do que as outras no desenvolvimento típico. As habilidades intelectuais e sociais são amplificadas quando o indivíduo cresce em um ambiente familiar que o apoia e o estimula, bem como através das terapias (fonoaudiologia, fisioterapia e psicologia, entre outras), acompanhamento médico periódico e exames de rotina (Aguiar & Novaes, 2005; Kozma, 2007; Silva & Dessen, 2003; Travassos-Rodriguez, 2007).

Quanto ao desenvolvimento psicomotor do bebê, ocorre na mesma sequência do desenvolvimento típico, mas em faixas de tempo mais estendidas (Canning & Pueschel, 2007; Cunningham, 2008). Outros aspectos do desenvolvimento desses bebês são mais lentos, como o aparecimento do sorriso social, que em bebês com desenvolvimento típico ocorre geralmente no segundo mês de vida e nas crianças SD ocorre um pouco mais tarde. Com isso, a reação provocada nos pais de crianças sem a síndrome, que estabelece uma interação de afeto positivo entre pais e filhos pode ser adiada, no caso de crianças SD.

A chegada do bebê com SD pode afetar as relações familiares por conta de diversos aspectos, tais como as crenças dos pais, o modo como a notícia foi recebida, características do bebê e do contexto cultural e histórico. Sendo assim, é importante que profissionais, de qualquer área, que lidam com crianças com SD, e pais, tenham conhecimento adequado de como ocorre o desenvolvimento dessas crianças. Esse é um caminho importante para que os pais, ao confrontarem suas crenças com informações corretas e comprovadas, possam se sentir mais seguros e confiantes para buscar recursos visando o melhor para o desenvolvimento de seu filho.

Também é relevante que os profissionais tenham um conhecimento pleno sobre a síndrome para que possam auxiliar os pais a elaborar emocionalmente o diagnóstico, de modo que eles possam engajar-se o mais precocemente possível nos cuidados práticos relacionados à nova realidade da família (Kozma, 2007; Travassos-Rodriguez, 2007). Nos dias de hoje, os déficits apresentados por pessoas com SD são menores do que há décadas atrás, quando eram institucionalizadas, corroborando as hipóteses sobre a importância da estimulação precoce e da inclusão social (Pietro, 2002; Pueschel, 2007; Cunningham, 2008).

A partir do que foi discutido e com base em uma perspectiva evolucionista do desenvolvimento humano, foi realizado um estudo sobre as crenças que os pais de crianças com SD (de até oito anos), residentes na cidade do Rio de Janeiro, têm sobre a síndrome.

A íntegra do capítulo Crenças Parentais Sobre a Síndrome de Down é encontrada no livro Produções em Terapia Cognitivo-Comportamental, editado pela Casa do Psicólogo, atual Valor do Conhecimento:
https://www.valordoconhecimento.com.br/busca?busca=Produções+em+Terapia+Cognitivo-Comportamental